Nos meses de setembro, assistimos a um crescimento dos debates sobre saúde mental mundo afora. Nesse ano, essa discussão é ainda mais fortalecida pelos efeitos da pandemia, os debates trazidos pelas Olimpíadas, e o aumento geral dos diagnósticos de depressão, ansiedade e diversos outros adoecimentos. Mas nunca é demais falar que saúde mental não pode ser discutida só em setembro. Os compromissos e pactos que assumimos para nosso cuidado coletivo tem que ser permanentes!
O conselho padrão dado às pessoas em sofrimento psíquico é que busquem tratamento. Um conselho muitas vezes acertado e bem-intencionado, mas que não vai à raiz da questão: nossa sociedade produz cada vez mais sofrimento. Sabemos que a insegurança econômica e política relacionada ao nosso futuro, além de racismo, machismo, LGBTfobia podem trazer problemas para a nossa saúde mental. Inclusive por isso, um jovem negro tem 45% mais chances de cometer suicídio que um branco. Prevenir adoecimento mental é melhor acesso a políticas públicas de saúde mental, e também condições justas de trabalho, moradia, renda, lazer, acesso ao que a cidade tem a oferecer.
Com a precarização do SUS promovida pelo governo, nossas condições de acesso a CAPS, psicólogos em UBS, e outras formas públicas de cuidado também ficam piores. Falar de Setembro Amarelo é defender mais investimento público no SUS! Acesso a psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de cuidado não pode ser só para poucos que podem pagar. O fato de ter cada vez menos profissionais nas políticas públicas como saúde e assistência social gera sobrecarga e estresse, o que em si só prejudica a saúde mental de quem está na linha de frente do cuidado. Como prover bom atendimento aos que sofrem quando não se tem condições adequadas de trabalho?
Por isso, defender que a nossa saúde mental importa é defender mudanças radicais na nossa estrutura econômica e social, mais investimentos no SUS e melhores condições para quem está cuidando!
No município, estamos na batalha com 3 Projetos de Lei fundamentais: