Vereadora Luana Alves entrega ao MPT denúncia de racismo feita por enfermeiras contra organizações que gerem hospitais em SP

Denúncia foi feita a partir de sondagem que concluiu que, durante o processo de contratação de enfermeiros, ocorrem "práticas discriminatórias, racistas, homofóbicas, gordofóbicas, etarismo."

6 abr 2023, 18:00 Tempo de leitura: 1 minuto, 35 segundos
Vereadora Luana Alves entrega ao MPT denúncia de racismo feita por enfermeiras contra organizações que gerem hospitais em SP

A vereadora Luana Alves (PSOL), junto à Articulação Nacional de Enfermagem Negra (ANEN), entregou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma denúncia de racismo contra organizações sociais (OSs) contratadas pela Prefeitura de São Paulo para administrar hospitais na cidade. A denúncia, feita a partir de uma sondagem com enfermeiras, aponta para várias práticas discriminatórias contra profissionais da saúde. O MPT acatou a denúncia e iniciou os procedimentos para, em seguida, iniciar uma investigação contra as OSs.

Em novembro de 2021, a ANEM e o Conselho Regional de Enfermagem, Seção São Paulo (Coren-SP), realizaram uma sondagem de sobre racismo e discriminação, respondida por 1090 profissionais. O objetivo foi o de produzir dados que expressassem as desigualdades, além de identificar práticas racistas que impeçam o acesso e a mobilidade social e institucional de profissionais negras e negros no mercado de trabalho.

Na análise dos dados da sondagem, 84,8% dos respondentes informou ter conhecimento de racismo contra profissionais de enfermagem e 73,8% informaram ter conhecimento de racismo praticado na instituição (outro profissional, familiares, pacientes). Quando questionados sobre o sujeito que sofreu racismo no ambiente de trabalho, 72,9% dos profissionais responderam que foi um ou uma colega de trabalho, 49,6% o próprio profissional, 34,7% usuário/paciente e 12,3% algum familiar.

Em relação ao sujeito que cometeu racismo no ambiente de trabalho, 55,9% responderam paciente/usuário, 46,6% colega de equipe, 43,8% chefia, 36,2% profissional de saúde; 23,9% outros profissionais e 16,5% familiar. Além da discriminação, crime inafiançável, os profissionais revelam situações rotineiras de assédio moral e sofrimento mental.

A sondagem mostra, portanto, que existem dados consistentes que denotam práticas discriminatórias no âmbito laboral nas OSs que prestam serviços na área da saúde para a Prefeitura do Município de São Paulo. A denúncia exige que providências sejam tomadas imediatamente.