Caso Camilo Cristófaro: vereadora Luana Alves depõe na Justiça sobre episódio de racismo na Câmara; caso também avança na corregedoria

Em 2022, áudio vazado do vereador Camilo Cristófaro durante sessão em plenária foi denunciado pela vereadora Luana Alves na Decradi e na Corregedoria

2 maio 2023, 14:30 Tempo de leitura: 2 minutos, 2 segundos
Caso Camilo Cristófaro: vereadora Luana Alves depõe na Justiça sobre episódio de racismo na Câmara; caso também avança na corregedoria

A vereadora Luana Alves (PSOL) prestou depoimento nesta terça (2), às 13h30, na audiência on-line de julgamento por crime de racismo do vereador Camilo Cristófaro. O vereador teve o áudio vazado no dia 3 de maio do ano passado, durante sessão da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal, usando uma expressão racista (“coisa de preto”). Imediatamente a vereadora Luana Alves interferiu e levou o caso tanto para a Justiça, via Decradi, quanto para a Corregedoria da Câmara. 

Nesta última, o caso ficou parado quase 1 ano após episódio, mas a repercussão sobre o assunto em função do julgamento na Justiça fez com que em 10 de maio um novo relator fosse escolhido para prosseguir com o caso. Marlon Luz (MDB) foi o vereador indicado pelo corregedor-geral, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) para conduzir o processo que pode levar ou não à cassação de Cristófaro.

Na audiência de julgamento na Justiça no dia 2 foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e sete de defesa. A defesa do vereador Cristófaro solicitou que uma das testemunhas de defesa fosse ouvida presencialmente, assim como o próprio réu. Desta forma, a audiência continuará no dia 20/6, no formato presencial, a partir das 13h30.

Relembre o caso

Em 3 de maio de 2022, durante uma sessão híbrida na Casa, o vereador Camilo Cristófaro disse: “Não lavar a calçada… É coisa de preto, né?”. A vereadora Luana Alves reagiu imediatamente: naquele dia, a sessão foi suspensa e logo depois, ela pediu instauração de inquérito contra o vereador na delegacia de crimes raciais e acionou a Corregedoria da Câmara. Por unanimidade, os vereadores aprovaram a abertura de processo disciplinar. A apuração do crime de racismo seguiu na Justiça, mas estagnou na Câmara

À época, o vereador se justificou – disse, inicialmente, que falava de um carro; depois, afirmou que foi uma brincadeira com um amigo e que não é racista. O caso agora segue em tramitação tanto na Justiça quanto na Corregedoria.

“Houve uma série de manobras desse vereador para tentar evitar ser julgado pela Corregedoria da Casa, mas a gente tem expectativa de que a Corregedoria consiga se movimentar, porque é muito vergonhoso, na verdade, se a Justiça conseguir ter resposta mais rápida por fora do que dentro da Câmara Municipal”, afirmou Luana.