Primeira edição do Prêmio Marielle Franco de direitos humanos da Câmara Municipal de SP homenageia Zilda Maria de Paula

Homenageada é representante do movimento de mães que perderam os filhos no massacre de Osasco em 2015; premiação consagra expoentes da luta por direitos humanos.

21 mar 2024, 16:08 Tempo de leitura: 1 minuto, 46 segundos
Primeira edição do Prêmio Marielle Franco de direitos humanos da Câmara Municipal de SP homenageia Zilda Maria de Paula

Acontece na próxima sexta-feira (22), às 19h, a primeira edição do Prêmio Marielle Franco, iniciativa voltada para a valorização dos defensores dos direitos humanos. A sessão solene será na Câmara Municipal de São Paulo e terá como principal homenageada Zilda Maria de Paula, representante do movimento de mães que perderam seus filhos no massacre de Osasco de 2015. Além de Zilda, o prêmio fará menções honrosas a Roberta da Silva, liderança da comunidade do Campo Limpo, e a Freira Regina Maria Manoel, atuante na assistência social para pessoas em situação de rua.

Zilda Maria de Paula representa um movimento de busca por justiça e está nessa luta desde 2015, quando perdeu seu filho, Fernando Luis de Paula. O jovem foi assassinado na maior chacina da história de São Paulo, em agosto de 2015, quando agentes do Estado encapuzados assassinaram vários jovens periféricos escolhidos aleatoriamente, dias após um guarda civil municipal ter sido morto na região.

Proposto em 2018 pela então vereadora Sâmia Bomfim (PSOL), atualmente deputada federal, o Projeto de Resolução (PR 03-08/2018) da premiação chegou a ser arquivado pela casa. Mas a força do simbolismo da premiação levou a vereadora Luana Alves (PSOL) a brigar pelo seu retorno à pauta e pela aprovação do texto, que aconteceu em março de 2023. As indicações ao prêmio foram feitas por uma comissão composta por várias entidades e os indicados foram aprovados em reunião da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo.

“É um prêmio para a cidade de São Paulo homenagear defensores e defensoras de direitos humanos. Para nós, ter nessa premiação o nome da nossa companheira, que foi brutalmente assassinada por ser uma defensora dos direitos da população pobre, da população periférica, é uma honra muito grande. Esse prêmio representa um compromisso com a agenda de Marielle Franco e é uma forma de dar continuidade ao seu legado de luta”, afirma Luana Alves.