Vereadora Luana Alves, com apoio de nomes como Samia Bomfim, lança manifesto e anuncia pré-candidatura à reeleição em SP
Luana foi responsável pela cassação do primeiro vereador da cidade por racismo, no caso de Camilo Cristófaro, e se consolidou como protagonista na oposição ao governo de Ricardo Nunes
22 maio 2024, 12:00 Tempo de leitura: 3 minutos, 5 segundosA vereadora Luana Alves (PSOL-SP) lança nesta quarta-feira (22) seu manifesto à reeleição no pleito municipal que acontece em outubro desde ano. Oficialmente pré-candidata, Luana Alves teve um primeiro mandato combativo: graças à intervenção da vereadora, foi aberto o processo que culminou na cassação do ex-vereador Camilo Cristófaro por racismo. Na ocasião, Cristófaro teve um áudio vazado durante uma CPI onde disse a expressão “coisa de preto” de forma pejorativa, para falar sobre uma calçada que não teria sido lavada. Com forte atuação no antirracismo, Luana teve aprovado Projetos de Lei como o “Escola Sem Racismo”, que obriga formação anual de profissionais da educação para combate ao preconceito racial nas escolas.
Vários nomes da cultura, de movimentos sociais e da política assinam o manifesto pela reeleição de Luana, que conta com cerca de duas mil assinaturas. Dentre os principais destaques estão artistas como Teresa Cristina, Zélia Duncan, Jhonny Hooker, Tássia Reis, Gregório Duvivier e Júlia Lemmertz além de parlamentares como a deputada federal Samia Bomfim, a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina e o pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, também pelo PSOL. A quantidade de apoios é fruto de um mandato combativo e atuante contra o descaso com a administração da cidade por parte do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e contra a política de morte perpetrada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além da cassação de Cristófaro, Luana teve vários outros destaques ao longo de seu primeiro mandato na Câmara Municipal – a vereadora foi, inclusive, a mais jovem vereadora eleita na história do município. Logo no começo do mandato, Luana apresentou o Projeto de Lei “SP é Solo Preto e Indígena”, para o mapeamento e supressão de homenagens a escravagistas, eugenistas e racistas em nomes de ruas, praças e monumentos. O PL previa a substituição destas homenagens por nomes de figuras histórias negras e indígenas fundamentais para a construção da cidade, mas apagadas do espaço físico de São Paulo. O PL foi aprovado após muita luta em primeira votação, mas aguarda a segunda para ser efetivamente implementado.
Luana esteve também presente em outros momentos fundamentais da luta por direitos de minorias. A vereadora integrou a CPI dos Aplicativos lutando contra a precarização dos entregadores e motoristas, fazendo diligências nas sedes de empresas como Uber e iFood e lutando por melhores condições de trabalho para a categoria. Luana também integrou o Comissão Especial de Estudos Relativos ao Processo de Privatização da Sabesp, onde se colocou contrária à venda da empresa para a iniciativa privada e alertou de forma recorrente sobre os malefícios do processo para a população da cidade de São Paulo.
Ainda em defesa dos grupos sociais minorizados, Luana apresentou o PL “SP sem LGBTfobia”, que institui afixação de placas em estabelecimentos informando que homotransfobia é crime e instruindo como denunciar casos de intolerância, além de estabelecer um protocolo obrigatório de acolhimento das vítimas. O caso veio na esteira da forte repercussão de um caso de violência contra um casal homoafetivo em uma padaria no centro de São Paulo. Luana também teve destaque ao denunciar o fato de ser a única mulher da Comissão da Mulher na Câmara, que corria o risco de passar a ser constituída apenas por vereadores homens dada a resistência dos demais em relação à presença dela no espaço.